Teste do megahair

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Toda mulher adora o resultado do alongamento com queratina: cabelo mais volumoso ou mais comprido que renova o visual. Mas as longas horas no salão para a colagem das mechas, a dor dos primeiros dias e a manutenção cuidadosa são questões delicadas que o profissional precisa discutir antes com a cliente. A repórter Bete Morais testou a técnica com a hairstylist Lenir Crepaldi, do salão NaBahia, em São Paulo, e relata em detalhes a experiência.
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Se os irmãos Grimm conhecessem o alongamento, certamente Rapunzel não teria de esperar tanto tempo para que seu cabelo crescesse e teria seu final feliz bem antes do escrito. Um século depois, fios longos de um dia para o outro estão disponíveis em um bom salão para clientes dispostas a gastar algumas horas aguardando pacientemente a colocação das mechas. Ao cabeleireiro cabe orientar quanto à técnica adequada, ensinar a manutenção e até decidir a hora certa de fazer o atendimento. Se for uma noiva, por exemplo, o hairstylist deve sugerir que o alongamento seja feito pelo menos dez dias antes do casamento. Isso porque os nós da fusão do aplique com o cabelo natural incomodam um pouco na hora de dormir.

No meu caso, o incômodo durou três noites. Depois desse período, passou a sensação de estar dormindo com grampos. Também não tive dor de cabeça, mas isso não é uma regra. Se a intenção é mudar o visual para uma viagem de férias na praia, vale a pena dizer à cliente que ela pode ir sem receio de as mechas caírem. No entanto, respeitar o prazo e fazer o aplique uma semana antes ainda é fundamental para a fase de ajustes. Para dizer com tanta certeza, fiz dois testes: sete dias após colocar o aplique, entrei numa piscina de água aquecida em um hotel no interior de São Paulo. Nesse mesmo dia, experimentei uma sauna e nem um fiozinho sequer soltou. O outro teste foi no mar, em Ilhabela, no litoral paulista, três semanas depois. Usei produtos específicos para proteger os fios do sol e do sal. As mechas continuaram firmes.
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No entanto, um fato curioso chamou minha atenção: os fios do alongamento demoraram mais para secar livremente do que os meus. Já ao fazer uma escova no salão, o tempo de secagem foi igual, daí a importância de fazer uma análise bem detalhada do tipo de fio que será colocado. Assim, o aspecto final será o mais natural possível. Para ter uma idéia, meu cabelo estava curto, ralo, encaracolado nas pontas e rebelde no topo da cabeça.
Os fios do alongamento tinham características semelhantes quanto à ondulação, porém estavam mais tratados. Agora meu cabelo está com volume, chega até o meio das costas e seu movimento é leve, porém tem bom caimento. Então, se a cliente perguntar se pesa, diga a ela que não. O que acontece é que, por causa do volume e do tamanho, os fios ficam mais disciplinados.
Chapinha e secador estão liberados, desde que não sejam aplicados diretamente na fusão para não amolecer a cola e, conseqüentemente, soltar o nó. Eu não segui a recomendação justamente para ver o que acontecia. Direcionei o ar quente para os nozinhos, e, em seguida, passei a prancha. O alongamento não se soltou. Porém, mais uma vez vale a pena ressaltar que o resultado depende da mão-de-obra do cabeleireiro e dos cuidados que a cliente tem ao longo dos meses seguintes.

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Cuidados no dia-a-dia
Uma boa higiene é importante para que não acumulem resíduos nos nozinhos nem crie sebo no couro cabeludo. A dica que recebi foi usar bons produtos para meu tipo de fio e usar água mais fria que quente. Lavei três dias após a colocação e deixei secar sem o auxílio do secador. O cabelo ficou encaracolado e mais assentado, considerando que ele armava. Lavei novamente e fiz um brushing sozinha. Demorou mais de uma hora para finalizar e foi complicado levar a escova até as pontas. Ficou ajeitado, mas se tivesse um compromisso, teria perdido a hora. Então, dê essa informação à cliente para que ela possa se programar.

Outra curiosidade foi com relação ao modo como a cabeça fica suja. Por ser um cabelo morto, as mechas não ficam com a oleosidade natural. Sendo assim, há um contraste: a raiz começa a engordurar, enquanto as pontas mantêm um aspecto mais limpo. Para esse impasse utilizei o recurso do xampu de lavagem a seco.
Testei dois produtos. O Shampoo Seco com Extrato de Ortie, Klorane, e o Shampoo Sem Água Sprayset, Aspa. Eles disfarçaram a sensação de cabelo oleoso, no entanto, nos pontos com os nós, ambos deixaram um resíduo branco. Por ser difícil pentear o couro cabeludo com pente fino por causa das emendas, a solução foi lavar no chuveiro. Usados somente nas pontas, os dois produtos foram bem eficientes.

Quedas e acessórios


Durante os dois meses e meio de teste, apenas 15 mechas, das 250 colocadas, se soltaram. A primeira caiu 27 dias após a aplicação e foi durante uma escova. Cinco dias depois, duas vieram à mão, enquanto eu fazia um rabo-de-cavalo. Nenhuma foi liberada na lavagem de cabelo, nem enquanto dormia. O mais comum era mesmo durante uma escovação ou penteado. Mais uma vez, digo que isso não é uma regra, mas é importante relatar à cliente.


Sobre a soltura da mecha, a profissional me disse que é um processo normal. Aqui cabe um comentário engraçado. Fui orientada que, caso a mecha se soltasse, para eu não ficar preocupada porque não era o meu cabelo, e sim o artificial. Ainda bem que Lenir bateu bastante nessa tecla. Só que chegou uma hora que eu realmente acreditei que todo o cabelo era meu. Bastou a primeira mecha se soltar para eu entrar em pânico.
Passado o susto, entendi o porquê dela ter sido tão enfática sobre esse assunto. Fez toda a diferença. Se a cliente perguntar sobre o uso de acessórios, recomende que ela coloque o que tiver vontade.

Experimentei vários: piranhas de metal e de plástico, elásticos, fivelas, pauzinho japonês, tic-tac. Também fiz tranças, coque e muito rabo-de-cavalo. Como a profissional teve o cuidado de deixar uma mecha do meu cabelo como base de fundo para a cabeça, não ficou aparecendo nenhum nó.
Passei gel, spray fixador, musse, reparador de pontas. Só não colori, mas foi por falta de tempo. Perguntei sobre coloração para a cabeleireira que fez o alongamento e ela disse que não há problema nenhum em usá-la. Para pentear no dia a dia, começo pelas pontas. Em seguida, penteio o meio, onde os cabelos se misturam, e finalizo com um pente de dentes largos no couro cabeludo.

Sobre o tempo de duração do alongamento, a informação que recebi foi de quatro a cinco meses, dependendo do modo como eu iria cuidar desses fios. Passado a fase dos testes, estou dando mais atenção ao cabelo para que ele dure o tempo máximo. Em relação à manutenção (colocar as mechas que caíram) e remoção, peça para a cliente fazer sempre no mesmo salão, se possível com o mesmo profissional.
Link: Cabelos

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