Plástica ou dermatologia?


O que é melhor para solucionar o seu caso? ELLE entrevistou médicos das duas especialidades e avalia os prós e contras das cirurgias e tratamentos.
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Se você é ligada no mundo da beleza, deve saber que há inúmeras técnicas cirúrgicas e aparelhos que prometem dar um jeito nas rugas e na flacidez do rosto, na barriguinha saliente, na falta de firmeza do bumbum e das coxas.
A questão é: qual procedimento, dentro de cada especialidade médica, pode contribuir mais para a sua beleza? Sim, porque não basta ser a última das novidades. É preciso que a solução oferecida seja a mais adequada ao seu caso.


ELLE fez um levantamento sobre as principais cirurgias e os tratamentos dermatológicos mais modernos oferecidos no mercado – o que são, como agem, quanto custam, suas vantagens e desvantagens. Saiba se o seu problema é caso de bisturi ou se pode ser resolvido com procedimentos menos invasivos.
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ROSTO


PÁLPEBRAS CAÍDAS
Cirurgia plástica:
“Para levantar pálpebras caídas antes dos 40 anos, o que há de mais eficiente na cirurgia plástica é a suspensão por fios”, explica Antonio Graziosi, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, seção São Paulo.
Avaliação de ELLE: os resultados são satisfatórios, mas o médico não deve tracionar demais os fios para não modificar radicalmente a fisionomia.
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Dermatologia: aparelhos como Titan e Thermacool têm o objetivo de estimular a formação de um tecido contraído pelo colágeno, oferecendo mais sustentação à pele. “Algumas pacientes conseguem melhoras evidentes. Outras não”, conta o dermatologista Davi de Lacerda.
Avaliação de ELLE: esses tratamentos são a solução mais rápida quando há pouca flacidez. Mas só podem ser feitos por um especialista – caso contrário, há o risco de a ponteira dos instrumentos atingir os olhos, causando danos.
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BOLSAS SOB OS OLHOS
Cirurgia plástica: a tendência atual da blefaroplastia é retirar o mínimo possível de gordura e remodelá-la para que fique menos concentrada. “Isso acaba prevenindo olhos fundos ou encovados com o passar dos anos”, diz o cirurgião José Tariki.
Avaliação de ELLE: feita de forma sutil, a cirurgia traz resultados melhores.
Dermatologia: “Quando não há excesso de pele, recomendo o Fraxel. Através de microperfurações, esse laser alivia o aspecto cansado provocado pelas bolsas”, afirma o dermatologista Nuno Osório.
Avaliação de ELLE: o laser pode resolver o problema em peles jovens. Depois dos 40 (ou quando a pele já está mais flácida), os resultados são pouco expressivos.
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PÉS-DE-GALINHA
Cirurgia plástica:
Alguns médicos realizam a miectomia – remoção de parte do músculo que circunda toda a pálpebra inferior e superior e é responsável pela formação das rugas.
Avaliação de ELLE: é preciso muita perícia por parte do cirurgião para retirar a quantidade exata de músculo – caso contrário, há o risco de provocar uma depressão na área.
Dermatologia: a toxina botulínica é muito recomendada. “Ela reduz a movimentação desde que aplicada numa região próxima às maçãs para não congelar ou endurecer a expressão. O Fraxel e os peelings ajudam a rejuvenescer não só a lateral externa mas também as pálpebras”, indica Nuno Osório.
Avaliação de ELLE: com o Fraxel, o médico pode atingir a pele em maior ou menor profundidade, o que faz dele um tratamento sob medida. A toxina botulínica é ótima para linhas finas, mas, quando as rugas do contorno dos olhos e também as do rosto são muito acentuadas, paralisar apenas a região dos pés-de-galinha cria um visual estático e falso.
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RUGAS NA TESTA
Cirurgia plástica:
“A videoendoscopia corrige muito bem o problema. É pouco invasiva e muito eficente”, defende o cirurgião José Tariki.
Avaliação de ELLE: o resultado é mais duradouro quando comparado a outras técnicas e as cicatrizes ficam escondidas no couro cabeludo.
Dermatologia: a maioria dos médicos opta pela toxina botulínica. “A testa é uma das áreas onde se conseguem melhores resultados”, afirma Nuno Osório. “As rugas nessa região são dinâmicas e respondem melhor ao Botox”, concorda a dermatologista Ligia Kogos.
Avaliação de ELLE: a toxina é muito eficaz, mas se usada em exagero causa a perda da expressão facial e, em alguns casos, denuncia a idade – muitas mulheres ficam com testa de 25 e olhos de 50.
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RUGAS AO REDOR DOS LÁBIOS
Cirurgia plástica: quando os sulcos são profundos e o rosto apresenta sinais de envelhecimento, os médicos aconselham o lifting facial. Se as rugas se localizam apenas nos lábios, indicam preenchimentos e peelings.
Avaliação de ELLE: vale o bom senso. De nada adianta lábios lisinhos em um rosto envelhecido.
Dermatologia: alguns médicos sugerem peelings que provoquem descamação intensa, mas o preenchimento com materiais feitos de ácido hialurônico é o mais utilizado. “A vantagem é que esse ácido não é definitivo e o médico é capaz de dosar a quantidade – se o resultado ficar sutil, pode-se preencher mais”, esclarece Nuno Osório.
Avaliação de ELLE: o preenchimento não apenas extermina as rugas finas como também redefine o contorno dos lábios, que, com o passar dos anos, tendem a ficar mais finos. É preciso evitar o exagero para que a boca não fique estufada e artificial.


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CORPO
SEIOS PEQUENOS
Cirurgia plástica: há técnicas que utilizam enxerto de gordura. “Mas a prática é polêmica porque a absorção da gordura pode provocar confusão e suspeitas durante a mamografia. As próteses de silicone ainda são as mais indicadas e buscam-se cicatrizes cada vez mais discretas”, salienta José Tariki. Para o cirurgião Ivo Pitanguy, os problemas com as próteses ocorrem com menos frequência graças ao material texturizado, que se adapta melhor ao organismo.
Avaliação de ELLE: a tendência mundial são mamas menores e proporcionais ao resto do corpo. Mulheres de corpo volumoso com próteses grandes passam a falsa imagem de terem engordado.
Dermatologia: alguns dermatologistas prescrevem cremes com progesterona (hormônio abundante na gravidez). “Promove um aumento variável nas mamas por estímulo no tecido glandular. Os efeitos aparecem em 20 dias, mas cessam depois que o uso é interrompido”, diz Ligia Kogos.
Avaliação de ELLE: os resultados são irrisórios frente ao que pode oferecer a cirurgia plástica.
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EXCESSO DE BARRIGA
Cirurgia plástica:
“A grande mudança nos últimos anos foi a associação da lipo com a plástica de barriga, o que facilita a tração e a sutura da pele”, analisa José Tariki. “Possibilita cicatrizes menores e de melhor aspecto”, completa Osvaldo Saldanha, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Avaliação de ELLE: a técnica deu ao Brasil o primeiro lugar no pódio mundial das cirurgias plásticas abdominais. A recuperação é dolorida e exige cuidados, mas os resultados compensam.
Dermatologia: o Ultrashape é a vedete da temporada. Esse aparelho dispensa cortes e picadas e promete diminuir medidas (em torno de 4 ou 5 mm do tecido gorduroso em cada sessão). Avaliação de ELLE: funciona bem apenas em quem tem pouca gordura localizada.


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BUMBUM FLÁCIDO
Cirurgia plástica:
“O enxerto de gordura promove pequenos aumentos e os resultados são muito satisfatórios porque a área recupera um formato mais próximo ao original”, afirma José Tariki.
Avaliação de ELLE: não há como prever a quantidade de gordura que será reabsorvida pelo organismo. Há, portanto, a possibilidade de retoque (uma nova cirurgia) para fazer acertos.
Dermatologia: “O Accent ajuda a reorganizar a produção de colágeno, melhorando a qualidade da pele, e funciona para graus mais leves de flacidez”, explica Davi de Lacerda.
Avaliação de ELLE: o aparelho pode demonstrar uma boa melhora em caso de flacidez moderada e com pouca celulite.
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FLACIDEZ NAS COXAS
Cirurgia plástica:
“O lifting de coxas é o que oferece melhores resultados”, considera José Tariki.
Avaliação de ELLE:
embora o resultado seja significativo, a recuperação é incômoda, dolorosa e demorada.
Dermatologia: o Accent tem sido utilizado principalmente a partir dos 35 anos, quando a flacidez é mais evidente.
Avaliação de ELLE: o aparelho é efetivo em casos de flacidez discreta, mas não elimina o problema por completo.
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O BÊ-Á-BÁ DAS CIRURGIAS E DOS TRATAMENTOS
O que são, para que servem e quanto custam (por sessão)
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Suspensão por fios: plástica pouco invasiva e de rápida cicatrização, feita com anestesia local, para levantamento das pálpebras. Preço: R$ 5 mil.

Blefaroplastia: para retirar bolsas de gordura nas pálpebras inferiores, o corte é feito horizontalmente junto à raiz dos cílios, sob anestesia local. Preço: a partir de R$ 5 mil.

Titan: aparelho que emite raios infravermelhos para estimular a formação de colágeno e combater a flacidez. São indicadas pelo menos duas sessões, com intervalos de um mês entre elas. Preço: de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil.

Thermacool: aparelho de radiofreqüência que estimula a produção de colágeno. É usado para combater rugas e a flacidez facial e corporal. Aplicação única. Preço: R$ 4 mil.

Fraxel: laser que, através de microperfurações, ajuda na produção de colágeno e elastina. Trata bolsas sob os olhos, pés-de-galinha e manchas. São indicadas de três a cinco sessões. Preço: de R$ 1 a R$ 1,5 mil.

Miectomia: por um corte feito na lateral dos olhos, onde se formam os pés-de-galinha, é removido um filete de músculo (por volta de 1,2 cm por 6 mm de largura). A cirurgia leva cerca de 1 hora, sob anestesia local. Preço: de R$ 3 a R$ 4 mil (em média).

Botox: toxina botulínica que paralisa um feixe específico de músculos para amenizar as rugas. O efeito dura de seis a oito meses.Preço: de R$ 500 a R$ 1 mil.

Videoendoscopia: indicada para rugas na testa, consiste de três pequenos cortes no couro cabeludo. O músculo da testa é descolado e recebe vários cortes que diminuem seu poder de contração, responsável pelas rugas. Preço: de R$ 6 a R$ 8 mil.

Preenchimento: o material mais utilizado contra sulcos e rugas finas ao redor dos lábios é o ácido hialurônico (não definitivo) por não apresentar risco de rejeição. Preço: a partir de R$ 500.

Ultrashape: ondas que buscam e quebram células do tecido adiposo de forma seletiva e sem afetar as veias. Usado para gordura localizada em áreas como cintura, culotes e barriga. São indicadas cerca de três sessões, feitas mensalmente.Preço: de R$ 800 a R$ 2 mil.

Accent: aparelho que emite ondas de radiofreqüência, regenerando o colágeno. Recomendado para flacidez e linhas finas, exige em torno de cinco sessões, uma por semana.Preço: R$ 600, em média.

Lipo e plástica na barriga: conjugadas, as duas cirurgias visam obter resultados mais precisos e cicatrizes menores. Em uma só vez, é possível retirar o excesso de gordura e pele e posicionar melhor os músculos.Preço: a partir de R$ 8 mil.

Lifting de coxas: recomendado para flacidez interna, consiste em um corte (feito na frente, entre a virilha e a coxa e indo até o começo do sulco entre a nádega e a coxa) para retirar o tecido sem elasticidade e reposicionar a pele, que é fixada em estruturas rígidas, na parte interna do osso da bacia.Preço: de R$ 7 a R$ 10 mil.
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Link: Elle


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