Corpo perfeito pós-dieta
Especialistas avaliam as novas técnicas que enxugam coxas, braços e joelhos tirando o excesso de pele e flacidez deixadas pelos regimes.
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O que fazer com as dobras de pele que caem sobre os joelhos, balançam na parte interna das coxas e dos braços, na barriga, no pescoço e nas pálpebras? Lifting! Essa é a solução dos cirurgiões plásticos para o excesso de pele que surge depois da lipoaspiração, do emagrecimento abrupto ou, simplesmente, faz parte da velhice. Novas técnicas cirúrgicas permitem que a mulher estique o corpo inteiro, mas há seqüelas: as cicatrizes.
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Para o cirurgião plástico carioca Paulo Roberto Leal, que concluiu este mês um curso sobre reconstruções estéticas, em Houston, nos Estados Unidos, a paciente deve ser avisada sobre a possibilidade de cicatrizes de dimensões variadas. O cirurgião precisa fazer uma avaliação rigorosa do processo de cicatrização da paciente, antes de indicar ou não a cirurgia para a retirada de pele.
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“O tamanho da cicatriz vai depender da quantidade de pele a ser retirada. Se for pequena, a cicatriz será praticamente imperceptível, especialmente se a paciente tiver boa cicatrização. Quando a quantidade de pele é grande e há tendência para cicatrizes, médico e paciente devem decidir o que é mais indicado. Talvez a cicatriz tenha um resultado estético mais negativo que o excesso de pele”, explica o médico.
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PÁLPEBRAS – Paulo Roberto Leal explica que até o excesso de pele dos glúteos pode ser retirado com cicatrizes imperceptíveis no sulco subglúteo, eliminando o aspecto caído das nádegas sem a necessidade de próteses, principalmente em mulheres de mais idade. “Os joelhos podem ser melhorados, com o rejuvenescimento feito através de pequenas cicatrizes para a retirada de pele. O joelho é uma das partes do corpo que se ressentem com a retirada de gordura feita pela lipoaspiração e pode ser reconstruído”, diz Leal.
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Já o cirurgião plástico Volney Pitombo lembra que essas cirurgias com cicatrizes aparentes são exceções e devem ser realizadas apenas em casos especiais de extrema flacidez, causada, por exemplo, por grande emagrecimento após cirurgia de redução de estômago ou por envelhecimento.
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“Essas cirurgias são indicadas para pessoas com mais de 60 anos devido às cicatrizes. No caso do lifting da coxa, por exemplo, a mulher de mais de 60 já não usa biquínis tão cavados e a cicatriz não vai interferir no seu cotidiano. Eu faço muito essa cirurgia em mulheres italianas, que, mesmo mais jovens, costumam usar biquínis maiores”, explica.
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Embora os grandes avanços da cirurgia plástica, segundo Pitombo, se concentrem, ultimamente, na redução das cicatrizes, ele comenta que o lifting de pele mais eficaz é ainda o da parte inferior da barriga, com cortes semelhantes aos da cirurgia cesariana.
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“Esse é o lifting de pele que dá melhor resultado. O da parte superior da barriga, com cicatrizes sob os seios, nem sempre é eficaz. Isso porque, pelo efeito da gravidade, a cicatriz tende a se esgarçar ou descer do lugar original, tornando-se mais aparente. Isso se dá também com alguns casos de lifting de coxa”, adverte.
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Volney Pitombo diz que essas cirurgias requerem uma longa conversa com a paciente, com explicações detalhadas, inclusive com fotos e desenhos, para mostrar que não há segurança de uma boa cicatrização. “Na retirada de pele dos joelhos, por exemplo, as cicatrizes de seis centímetros em média ficam absolutamente visíveis. Ela pode se tornar imperceptível e acompanhar a dobra onde havia a pele, mas também pode descer e se tornar aparente. O paciente precisa conhecer esses riscos”, alerta.
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Há ainda problemas psicológicos na convivência com as cicatrizes que, segundo Volney Pitombo, podem causar, por exemplo, inibições nos relacionamentos sexuais. “O lifting da parte interna da coxa deixa cicatrizes de 12 centímetros em média entre a virilha e a região vulvar, próximo dos grandes lábios. A mulher não perde sensibilidade erógena, mas pode ficar inibida devido às cicatrizes. Isso pode ocorrer também com as cicatrizes do seio, decorrente do lifting da parte superior da barriga”, comenta.
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Quanto ao lifting das peles do braço, o cirurgião plástico Marcelo Daher explica que a cicatriz vai depender da quantidade de pele a ser retirada. Nos casos de pouca retirada de pele, a cicatriz se dá em forma de meia-lua, sob as axilas, e torna-se imperceptível. Já as grandes retiradas exigem uma cicatriz sinuosa, em forma de S, sob o braço, que torna-se visível quando a pessoa levanta o braço, por exemplo, para dar um adeus.
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“Se a mulher vai fazer lifting do braço porque quer dar um adeusinho sem que as peles fiquem balançando, deve lembrar que, após a cirurgia, esse adeusinho vai expor a cicatriz. Tudo dependerá da cicatrização, que varia de pessoa para pessoa. Há casos em que o S pode se tornar imperceptível.”
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O lifting do pescoço e da papada sob o queixo também dependerá da quantidade de pele a ser retirada. Se for pequena, uma cicatriz sob o queixo, segundo Marcelo Daher, resolve o problema, tornando-se imperceptível. Se for grande, Daher recomenda o lifting tradicional com cortes atrás das orelhas.
Link: Editorial Família
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